Fundação Oswaldo Cruz

Webmail

FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

Destaques da Biblioteca de História das Ciências e da Saúde

A colonização agrícola de Buriticupu: a história contada por quem a viveu

SILVA, Antonio Rafael da. A colonização agrícola de Buriticupu: a história contada por quem a viveu. São Luís: Edições EDUFMA, 2015.

 

 

 

 

  

O livro nos fala desse processo de colonização oficial cujo objetivo maior foi o de carrear recursos para a instalação de grandes projetos agropecuários na região de Buriticupu, oferecendo-lhes mão-de-obra em seu entorno. Relata-nos, também, por outro lado, um processo de "reforma agrária de fato", quando as famílias, percebendo a armadilha em que tinham caído, lançaram-se, nos anos 1980, à ocupação das grandes fazendas, tomando "na marra" aquilo que a "lei" não lhes garantira. Além de se constituir em importante documento da memória camponesa do Estado, o livro nos permite, ainda, constatar o quanto a universidade pública, comprometida com as justas causas dos camponeses deste Estado, pode realizar em termos de pesquisa científica, de formação de alunos e de atividades de extensão. Este é um livro para ser lido não apenas por profissionais da saúde e seus alunos, mas por todos que se interessam pela história da ocupação camponesa da Pré-Amazônia Maranhense da perspectiva dos camponeses, cujos depoimentos são destacados pelo autor, obedecendo a uma perspectiva verdadeiramente sócio-antropológica. (Maristela de Paula Andrade - Antropóloga - Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - UFMA)

 

 

 

 

 

   

 

Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos.

ARRETCHE, Marta (Org.). Trajetórias das desigualdades: como o Brasil mudou nos últimos cinquenta anos. São Paulo: Unesp; CEM, 2015.

 

 

 

 

  

  

 

Tema inesgotável da agenda pública, o debate sobre a desigualdade no Brasil é objeto de paixões desenfreadas. Discussões impetuosas, travadas ao sabor das conveniências de ocasião, quase sempre turvam diagnósticos abrangentes e necessários para a compreensão desse fenômeno. Esta obra navega em direção contrária e procura caminhar além do terreno da especulação. Os catorze ensaios aqui reunidos descrevem um panorama denso e complexo das trajetórias das desigualdades de 1960 a 2010. Além do rigor conceitual e da perspectiva ampliada, os autores partilham como ponto de partida a fidelidade aos dados estatísticos das seis edições dos Censos Demográficos produzidos pelo IBGE no período. Divididos em cinco eixos centrais - participação política; educação e renda; políticas públicas; demografia, mercado de trabalho -, os textos sistematizam a análise de um recorte da história brasileira bastante distinto econômica e politicamente. Em cinco décadas, um país rural, de uma realidade empobrecida distribuída quase homogeneamente em seu território, em que apenas 20% dos jovens com até 15 anos estudavam até quatro anos, tornou-se um Brasil urbano, de acesso quase universal ao ensino fundamental e com onze anos a mais de expectativa de vida média. [...] Assim, não há garantias de que, no Brasil, as assimetrias seguirão em trajetória decrescente. Porém, o que as análises do período demonstram neste livro é a intrínseca vinculação da redução da iniquidade com a intencionalidade política. (MARTA ARRETCHE é professora titular do Departamento de Ciência Política da USP, diretora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) e editora da Brazilian Political Science Review.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

Reflexões sobre a preservação audiovisual 2006–2015: 10 anos da CINEOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto

HERNANI, Heffner; D’ANGELO, Raquel Hallak; D’ANGELO, Fernanda Hallak (Orgs.). Reflexões sobre a preservação audiovisual 2006–2015: 10 anos da CINEOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto. Belo Horizonte: Universo Produção, 2015.

 

 

 

 

 

 

 

  

  

 

Realizada pela Universo Produção, a CineOP - Mostra de Cinema de Ouro Preto é uma iniciativa pioneira no circuito de festivais e mostras de cinema a agregar valor de patrimônio à sétima arte e contribuir com um olhar para a história a partir do contemporâneo, em diálogo com a educação e em intercâmbio com o mundo. Idealizada em 2006 para estar a serviço da preservação do patrimônio cinematográfico brasileiro, foi acolhida de imediato por instituições, técnicos, pesquisadores, historiadores, colecionadores, jornalistas e colaboradores, que a elegeram fórum de reflexões e encaminhamento de ações do setor da preservação. Em 2015, a CineOP comemora 10 anos. Uma década de inovação e ousadia dedicada ao cinema, preservação, memória, história e educação que é celebrada com a realização deste livro - um registro deste momento histórico que tem o propósito de gerar uma reflexão sobre a preservação audiovisual, suas conexões, técnicas, acervos, difusão, acesso, educação, projetos de restauro que compreendem o período entre 2006-2015. Este livro é uma iniciativa colaborativa que reúne artigos, ensaios, crônicas sobre a preservação audiovisual, e torna-se possível com a soma de esforços e participação de mais de 40 profissionais e acadêmicos que atuam e colaboram com o setor da preservação e os que também marcaram presença e acompanharam a trajetória da CineOP.  (Au.)

 

 

 

 

 

 

  

   

Vozes da Guerra.

FRÖHLICH, Sirio Sebastião. Vozes da Guerra. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2015.

 

 

 

 

 

  

 

No ano que marca os setenta anos de participação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) no teatro de operações da Europa durante a Segunda Guerra Mundial, a Biblioteca do Exército traz a seus leitores a obra Vozes da Guerra, de Sirio Sebastião Fröhlich. Trata-se do testemunho de soldados brasileiros que participaram, naquele já longínquo ano de 1944, em conjunto com os mais experientes e adestrados exércitos aliados, do conflito mundial que marcou o fim da primeira metade do século XX. A epopeia narrada aqui por eles constitui-se em uma das brilhantes páginas de nossa história militar. O trabalho descreve a trajetória e o cotidiano dos militares desde sua partida para o campo de batalha, passando pelo regresso ao Brasil e a readaptação à vida civil. Os aspectos militares das operações desenvolvidas nos Apeninos são apenas um fundo de pano para os relatos individuais. A edição deste trabalho preenche uma lacuna na longa historiografia da FEB: o foco nos aspectos humanos dos militares brasileiros participantes do conflito e dos civis que habitavam as regiões onde foram desenvolvidas as operações. Os depoimentos são realistas e narrados sob a ótica de cada um dos entrevistados a partir do próprio posto de observação. [...] Sirio Fröhlich retratou no livro, pela voz dos próprios protagonistas, as virtudes, os defeitos, os sentimentos, "o medo de ter medo", o choro, as orações e as emoções dos pracinhas durante a guerra. (Au.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  


Olhares sobre o patrimônio fluminense.

MACHADO, Carmen Silvia de Lemos Menezes et al. (Org.). Olhares sobre o patrimônio fluminense. Rio de Janeiro: In-Fólio, 2015.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

   

Esta publicação é fruto das edições já realizadas da Semana Fluminense do Patrimônio, que aconteceram anualmente entre 2011 e 2014, e tem a finalidade de divulgar e valorizar o patrimônio cultural e natural fluminense, nelas apresentado e representado em diferentes formas de comunicação e expressão: conferências, mesas-redondas, exposições, visitas guiadas, apresentações culturais, filmes, feiras e oficinas. Além de apresentar o processo de criação da Semana, incluindo sua idealização, constituição, trajetória, seus atores e parceiros envolvidos, a presente publicação traz ao longo de seus capítulos relatos e registros dos eventos realizados e artigos com reflexões sobre o tema de cada edição. Em destaque, o registro do patrimônio fluminense, reconhecido ou não oficialmente, e retratado em fotos e poesias pela população para o concurso cultural "Olhares sobre o patrimônio fluminense". Espera-se, assim, atrair os olhares não apenas para o que se propõe aqui divulgar, mas, também, e principalmente, para as diversas manifestações e representações da memória e do patrimônio, material e imaterial, presentes no território fluminense. (Au.)

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

  

A sublimação do ID primitivo em ego civilizado: o projeto dos psiquiatras-psicanalistas para civilizar o país (1926-1944)

CASTRO, Rafael Dias de. A sublimação do ID primitivo em ego civilizado: o projeto dos psiquiatras-psicanalistas para civilizar o país (1926-1944). Jundiaí: Paco Editorial, 2015.

 

 

 

 

 

 

 

  

 

O livro de Rafael Castro apresenta novos traços e rastros, outros arquivos, constituindo fonte riquíssima de informações sobre nomes, instituições, teorias e técnicas, e, especialmente, diferenças locais de recepção, apropriação e difusão da psicanálise, fornecendo precioso material para o historiador especializado. Mas também para os psicanalistas de modo geral, ou simplesmente aos interessados nas práticas articuladas à psicanálise, este livro é um poderoso convite a reflexões profundas sobre o estatuto da verdade e da universalidade dos conceitos psicanalíticos, suas técnicas e suas práticas sociais. (Cristiana Facchinetti, psicanalista, pesquisadora e professora do PPGHCS – COC/Fiocruz)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

As enfermidades e suas metáforas: epidemias, vacinação e produção de conhecimento. 

MOTA, André; MARINHO, Maria Gabriela S. M. C.; BERTOLLI FILHO, Cláudio (Org.). As enfermidades e suas metáforas: epidemias, vacinação e produção de conhecimento. São Paulo: USP, Faculdade de Medicina; UFABC, Universidade Federal do ABC: CD.G Casa de Soluções e Editora, 2015.

 

 

 

 

 

 

 

   

 

Ao longo do século XX, o campo médico e de saúde sofreu inúmeras transformações, as quais destaca-se o processo de divisão técnica e social do trabalho, configurando a instauração de diversas especialidades e atores. Tomada quase sempre como ramo específico de um saber que se avoluma em ritmos e direções que parecem decorrer de uma ordem natural, tal processo foi entendido como uma separação lógica, somente ligada de segmentos do conhecimento científico, ficando ocultas suas razões, ações e representações de ordem social, política ou econômica. Nessa direção, diversos estudos no campo das Ciências Humanas voltam-se, exatamente, para esses temas específicos, demonstrando uma rede de significados nem sempre conhecida pelos analistas. Esta obra traz entre seus objetivos tal argúcia, congregando autores e assuntos, quer daquilo que é mais particular de suas preocupações de pesquisa e campos metodológicos de apreciação, quer no diálogo que situa outros eixos de discussão, demonstrando uma teia argumentativa igualmente construtora de certas preocupações coletivas do homem e suas formas de adoecer e combater os males que lhe aflige. [...] Tal obra expressa o intrincado meandro que envolve as concepções dos processos de adoecimento e as estratégias construídas dentro e fora dos laboratórios, no sentido de sua compreensão e ação, não apenas como um fenômeno biológico, mas, sobretudo, social e em sua dimensão histórica. São linhas que se cruzam e ajudam a construir uma percepção mais refinada da própria conformação da nação brasileira sob as lentes da Medicina e da Saúde Pública. (Au.)

 

 

  

 

 

 

 

 

    

Historiografia da revolução científica: Alexandre Koyré, Thomas Kuhn e Steven Shapin.

SILVA, Francismary Alves da. Historiografia da revolução científica: Alexandre Koyré, Thomas Kuhn e Steven Shapin. São Bernardo do Campo: EdUFABC, 2015. 

 

 

 

 

 

 

   

A temática central desse livro, a historiografia da revolução científica, é de grande importância por muitas razões, em especial, para compreendermos os caminhos da própria história da ciência. Em um momento em que o interesse e as pesquisas nessa área se avolumam significativamente, este livro tem muito a contribuir. Ainda que a história da revolução científica não seja mais o tema central da história da ciência, certamente, essa temática foi importante na própria estruturação teórica e metodológica dessa área de conhecimento plural e diversa chamada história da ciência. Por muito tempo, a expressão revolução científica foi sinônimo de história da ciência. Gradativamente, os historiadores da ciência abandonaram essa sinonímia e se tornaram mais críticos quanto à própria ideia de constituição da ciência como um fenômeno revolucionário, no início da modernidade, além de passarem a ter uma percepção muito mais diversificada da história da ciência. De certo modo, concluirá a historiografia da ciência, a revolução científica foi não apenas o principal mote nos primórdios da escrita da história da ciência, mas foi uma espécie de mito fundador a orientar a constituição dessa disciplina. Portanto, abordar as diferentes possibilidades desenvolvidas pela historiografia da revolução científica, permite-nos compreender não apenas como se estabeleceu essa associação e dissociação entre as expressões revolução científica e história da ciência, mas também possibilita-nos entender como o desenvolvimento da disciplina história da ciência se estabeleceu. [...] Neste livro de leitura agradável, apesar da temática complexa e intricada, o leitor encontrará uma rica possibilidade de aprofundar o conhecimento dos complexos movimentos da historiografia da revolução científica e, por consequência, uma compreensão mais clara da própria história da ciência. (Mauro Lúcio Leitão Condé - UFMG)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

A metrópole de São Paulo no século XXI: espaços, heterogeneidades e desigualdades.

MARQUES, Eduardo (Org.). A metrópole de São Paulo no século XXI: espaços, heterogeneidades e desigualdades. São Paulo: Unesp, 2015.

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

São Paulo se situa entre as maiores concentrações urbanas do mundo e é a maior e mais importante cidade brasileira. De fato, em 2010, os 39 municípios componentes da Grande São Paulo representavam cerca de 20% do Produto Interno Bruto nacional. Esse característico gigantismo e complexidade paulistanos definem o pano de fundo do livro organizado por Eduardo Marques (CEM-USP), A metrópole de São Paulo no século XXI: esboços, heterogeneidades e desigualdades, em que se busca, por meio da análise de dados, atualizar o conhecimento sobre os diversos aspectos relativos às transformações recentes na vida da capital paulista. O livro é constituído por treze capítulos, divididos em três partes. [...] Abordando temas centrais como a mobilidade na metrópole, predominantemente viária e ainda muito desigual, os mecanismos de segregação silenciosos e os residenciais murados surgidos a partir do final do século XX, o presente trabalho atualiza a visão interpretativa de uma estrutura centro-periferia, que pode ter sido precisa nos anos 1970, mas que não dá conta dos processos atualmente em curso. Surge assim um retrato bastante mais complexo, mais completo e mais preciso da região metropolitana de São Paulo neste início de século XXI. (Au.)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A saúde pública nas serras, altiplanos, sertões e gerais.

PORTUGAL, Henrique Furtado. A saúde pública nas serras, altiplanos, sertões e gerais. Belo Horizonte: s.n., 2008.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A leitura dos textos, tanto biográficos como da produção científica, do médico sanitarista Henrique Furtado Portugal remete o leitor a uma profunda constatação: trata-se de um homem a quem, sem dúvida, pode-se atribuir a qualificação própria dos espíritos humanitários, isto porque sua vida foi, por inteiro, dedicada ao bem-estar humano e ao avanço social. Particularmente, chama a atenção a lucidez com que aborda os temas, dando-lhes tal tessitura que faz entrelaçar o que é político, o que é social e o que é sanitário. Tudo isto resultado de uma personalidade que se forjou no trabalho obstinado e determinado, como comprova sua biografia. É relevante o seu trabalho de médico-chefe de Posto de Saúde, seja na introdução pioneira em Minas Gerais, em 1943, do BCG, a vacina contra a tuberculose e o mal de Hansen, seja no seu artigo anual na imprensa mineira, comemorando o Dia do BCG. Foi o representante de Minas na articulação e no lançamento da Campanha do Sal Iodado em 1957, uma Lei de 1953 que reduziu aos mínimos a estatística do bócio endêmico, o popular "papo", resultado da falta de iodo natural na alimentação humana e que tornava as pessoas letárgicas e incapacitadas para o trabalho e o convívio social. [...] Nada mais honroso para a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais que apoiar a publicação, neste ano em que se comemora os 20 anos do Sistema Único de Saúde (SUS), do resultado da atuação deste eminente sanitarista dos quadros da Secretaria, silencioso mas assertivo, ator dinâmico do processo de construção do sistema de saúde pública em Minas Gerais, cujo centenário de nascimento nos alcança. (Marcus Pestana - Secretário de Estado de Saúde e Gestor do SUS/MG)

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

Â